quinta-feira, 23 de abril de 2009

Para um amigo de estopim curto

"Não é fácil ter paciência diante dos que têm excesso de paciência".
Carlos Drummond de Andrade






Uma coisa te garanto amigo.
Não tolerar os intoleráveis
faz de você um deles.









"A tolerância é a melhor das religiões."

Victor Hugo

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Frase do dia



O poder não compra tudo, só o que convém

sábado, 18 de abril de 2009

Diagnóstico da síndrome Sílvio Santos





Sujeito que sofre de verborragia; gosta muito de falar e repetir e profere e torna a repetir; ser completo de dizeres que não dizem muito, ou até dizem, em um sem número de palavras, o que poderia ter sido dito em duas ou três; prolixo; ser vazio de laconismos; o pleonasmo da redundância. Isto que acabei de fazer.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Políticos ensinam como trocar sujo pelo mal-lavado


Depois de discutir, câmara e senado decidem fazer corte no pacote de passagens aéreas de deputados e senadores. Os parlamentares, que anteriormente podiam utilizar o benefício para o deslocamento próprio, de seu cônjuge, dependentes, amigos, assessores ou de pessoa por ele indicada em situações relacionadas à atividade parlamentar, agora poderão utilizá-lo apenas, para o deslocamento próprio, de seu cônjuge, dependentes, amigos, assessores ou de pessoa por ele indicada em situações relacionadas à atividade parlamentar.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Nem tudo o que é de graça o povo quer



[artigo]
Em entrevista ao programa Amaury Jr., da Rede TV, discutindo sobre a inutilidade de programas como o Big Brother, a ex-mutante e ativista Rita Lee lançou uma idéia digna de aplausos. A roqueira propôs uma casa onde seriam enclausurados todos os pré-candidatos à presidência da República. Na casa, os candidatos debateriam seus respectivos programas de governo, sem influência de marqueteiros ou discursos ensaiados. O telespectador, eleitor ou contribuinte, teria a oportunidade de observar os candidatos durante às 24 horas do dia e, toda semana, através do voto, um político deixaria a casa. O vencedor ganharia o cargo máximo do país. Além de acabar com o cansativo horário político a sociedade teria a oportunidade de conhecer o político sem máscaras.



Pôr fim ao horário político seria mesmo uma maravilha, não? Imagine, caro leitor, se ver livre de toda aquela falácia dos candidatos pra sempre, o mundo não seria bem melhor? É realmente enfadonho, logo após o almoço, ou ao chegar em casa exausto após um longo dia de trabalho para movimentar o país e a conta bancária dos políticos em paraísos fiscais, deparar com figuras cômicas, enervantes caricaturas que ocupam todos os canais invadindo o lar. A expressão e o discurso são quase sempre os mesmos, exprimidos em diferentes vozes, sotaques, etnias, crenças e, claro, partidos. A variedade de coligações é algo que me impressiona, quando observo essas tantas siglas na TV, lembro dos bares da minha cidade. A impressão que se tem é que é tão simples e lucrativo criar um partido nos dias atuais, como é um boteco em cidades pequenas. As conversas nesses lugares também apresentam muitas semelhanças. Como por exemplo, as promessas que um bêbado faz e aquelas feitas por um político, ambas são facilmente esquecidas.




Conhecer o candidato sem máscaras, sem pontos no ouvido... ops! Em qual emissora deveria ser exibido a Casa dos Políticos? Rede Globo seria uma boa opção? Melhor não, já que o passado da emissora envolve muitas relações com a política. O diretor Boninho poderia puxar a sardinha para um lado em suas edições, assim como faz normalmente com “anônimos” que integram o elenco do Big Brother Brasil, todos os anos. Penso que a melhor alternativa seria as emissoras públicas. Se bem, que essas figuras políticas são tão “inteligentes” e gananciosas que acabam descobrindo uma forma de se envolver em escândalos na “casa”, assim como o fazem diariamente no Senado. Mas seria bem interessante se o formato seguisse a linha do BBBrasil. Quais seriam os critérios utilizados por um político para conceder medalha de “anjo” a outro membro da casa, ou na indicação semanal de quem deve deixar a casa? “Ah, meu voto vai para o candidato Aécio Neves, porque o candidato é mais jovem do que eu e presidência não é algo que se aprende ao ganhar”, diria o candidato a presidência John McCain.



Enfim, talvez a “Casa dos Políticos”, seja uma boa opção. Mas quem quiser conhecer e se divertir com as peripécias dos políticos pode assistir a TV Senado. Em alguns momentos pode causar sono, irritação, estresse, mas em outros, pode ser tão divertido quanto assistir o programa “humorístico” Zorra Total, acompanhado de uma “pizza” num sábado a noite, como por exemplo, no capítulo ocorrido em 2006, em que a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) contemplou a todos os brasileiros com sua dançinha. Mas não acredito que esse tipo de programa despertaria o interesse, aguçasse a curiosidade do eleitor brasileiro, já que não haveria exposição de nádegas, corpos sarados, beijos e sexo sob o edredom. Pelo fim do horário eleitoral “gratuito” seria uma maravilha, no entanto, nem tudo o que é de graça o povo quer.

Todo dia é um fim de mundo


[crônica]
A máquina do "fim do mundo" apresentou os primeiros problemas na manhã do dia 23 de setembro, após funcionar por duas semanas. O LHC (Large Hadron Collider), ou Grande Colisor de Hádrons, ou melhor, a maior construção já feita pelo homem para tentar reproduzir a criação do universo, através do Big Bang, custou nada mais, nada menos que 6 bilhões de dólares e está enterrada entre as fronteiras da França e Suíça ocupando um raio de 27 km. Os ímãs que impulsionam os prótons no túnel do LHC funcionam resfriados por hélio líquido, a -271,3ºC, como se fosse uma geladeira gigante mais fria do que o espaço sideral, o problema é que os cientistas encontraram vazamento desse gás na máquina, agora ela só voltará a funcionar no segundo trimestre de 2009.

Ao redor do globo terrestre cientistas, leigos e religiosos especulam que o fim do mundo será causado graças ao funcionamento do LHC, afirmando que os pequenos buracos negros abertos nos experimentos podem aumentar e devorar o planeta. A verdade, segundo os cientistas envolvidos no projeto, é que isso não vai ocorrer e ouvi um bêbado com queda pra sabido dizer que se isso acontecesse ninguém perceberia, seria muito rápido. Quem sabe estamos realmente próximos do fim do mundo? Primeiro os ataques as torres gêmeas nos Estados Unidos, em 2001, depois o tsunami, o aquecimento global, agora um experimento que "pode" gerar o fim dos tempos. Talvez a previsão de Nostradamus não esteja errada, sobre o apocalipse no século XXI, afinal, se escreve certo por linhas tortas.


Fico pensando, o que iria fazer se fosse anunciado o fim do mundo, graças ao acelerador de partículas. Se bem, que morreríamos, sem saber, já que provavelmente não avisariam, assim como é especulado que a NASA possui extraterrestres ou que existe vida em outras terras. Eu faria da minha vida um filme, talvez com pitadas lisérgicas do Mágico de Oz com trilha sonora de Richard Ashcroft cantando com Lennon e McCartney, Lucy in The Sky with Diamonds, tornando-a eterna como uma fuga de Pink Floyd. Prazer e delírio em agonia. Traçaria o Plano Perfeito de um assalto a banco e sairia ileso como protagonista de Prenda-me se for capaz, acabando antes do fim.

Penso que ia sair por aí, rodando sem destino, curtindo o que nunca tive tempo ou, simplesmente, nunca quis parar para observar. É isso, eu sentiria mais o que vale a pena, quando se está no final e a humanidade passa a crer em Deus com mais afinco. Me vejo no fim como um Ivan Ilitch, morreria antes do fim, até o fim, pra fazer do último suspiro, um alívio, fim daquela agonia, a presença da morte em nós. Eu cantaria "o que é meu", citando Iggy Pop, sim, eu sairia sem destino, sem lenço e documento, inventaria um novo sentido. Eu viveria.

Antes de deixar esse mundo, queria eu, poder ter escrito algo como o fez Manuel de Barros, Dostoievski ou Guimarães Rosa. Ter tido a idéia de um Peixe Grande, chamado Daniel Wallace, registrado em filme por Tim Burton. Ter sentido em mim um pouco dos anos 70, ou melhor 1969, quando uma multidão cantou pela paz. Penso que viveria todas as épocas que sonhei, cantei, criei, recriei, todas nesse dia, no fim. Morreria como o pessoal de Recife, do Eddie, "vendo esse mundo como uma cabeça que nos sonha" e, então eu acordaria e viveria esse sonho. O que fazer agora, já que não é o fim do mundo, "ainda", e acabei de escrever esse texto que senti, e agora? O que fazer agora se todo dia é um fim de mundo?



OBS:: A crônica acima foi publicada também no site da editora paulista "Ssua editora", inaugurando o espaço "Texto no contexto". Para conferir acesse: http://www.ssuaeditora.com.br/page01.asp. Basta clicar na crônica do mês corrente, e no item mais notícias, escolha a seção de número 7.